O monitoramento cerebral remoto e Inteligência Artificial em recém-nascidos possibilitam diagnósticos precoces e a prevenção de complicações. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asfixia perinatal — causada pela falta de oxigênio durante ou logo após o parto — é a terceira maior causa de mortalidade neonatal, ela representa 23% dos óbitos nessa fase inicial e aumenta o risco de lesões permanentes.
Entenda como o monitoramento cerebral em recém-nascidos pode salvar vidas e prevenir sequelas. Confira a leitura completa!
H2 – Asfixia Perinatal um evento que requer atenção máxima
A asfixia perinatal além de ameaçar a vida do recém-nascido, pode deixar sequelas graves, como paralisia cerebral, dificuldades de aprendizado, surdez e cegueira. No Brasil, estima-se que entre 20 e 30 mil crianças nasçam todos os anos com algum comprometimento neurológico devido à falta de oxigenação ao nascer. Esses números refletem o impacto humano social e econômico, pois crianças afetadas demandam cuidados de saúde, terapias de reabilitação e suporte educacional por longos períodos.
Prevenção e cuidados rápidos
A assistência neonatal bem realizada é fundamental para reduzir o impacto da asfixia perinatal. Desde o acompanhamento no pré-natal até o parto, estratégias de prevenção são essenciais para detectar riscos. A presença de um profissional capacitado em reanimação neonatal na sala de parto faz toda a diferença, principalmente durante o primeiro minuto de vida em que cada segundo conta. Estudos indicam que dois a cada dez recém-nascidos precisam de suporte imediato para respirar e garantir a oxigenação correta.
O papel do Monitoramento Cerebral
Após o nascimento, o monitoramento cerebral contínuo nos primeiros dias é fundamental para detectar e minimizar danos neurológicos. A tecnologia permite que especialistas acompanhem o estado cerebral em tempo real e identifiquem sinais de complicações antes que se agravem. Com intervenções rápidas, é possível proteger a saúde cerebral e reduzir o risco de sequelas neurológicas.
Entre as técnicas empregadas está a hipotermia terapêutica, que reduz a temperatura corporal do bebê de forma controlada, ajudando a minimizar lesões cerebrais decorrentes de privação de oxigênio. Esse tratamento, combinado a outras estratégias de neuroproteção, tem demonstrado resultados promissores.
Inovações tecnológicas na neonatologia
A tecnologia de neuromonitoramento é capaz de detectar ameaças silenciosas ao cérebro dos bebês, como a asfixia perinatal e crises convulsivas, mesmo em estágios subclínicos. Seu impacto é profundo, reduzindo a mortalidade e mitigando o risco de sequelas neurológicas em recém-nascidos de alto risco, mudando o destino de centenas de crianças e suas famílias.
Tecnologias avançadas como Edge Computing e Inteligência Artificial desempenham um papel que cresce cada vez mais na neonatologia. O avanço de soluções de saúde digital, estão transformando o cuidado neonatal. Esses recursos permitem que profissionais acompanhem a saúde cerebral do bebê em tempo real, 24×7 detectando riscos precocemente e implementando intervenções de forma ágil.
Reabilitação e acompanhamento para o desenvolvimento
O acompanhamento após a alta hospitalar é um ponto essencial na vida dos bebês que passaram por episódios de asfixia perinatal. O suporte contínuo e interdisciplinar, envolvendo enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outros especialistas, proporciona a essas crianças uma melhor qualidade de vida e aumenta as chances de alcançar o neurodesenvolvimento pleno.
A prevenção e o tratamento de sequelas neurológicas em recém-nascidos vão além da melhora da qualidade de vida das famílias. E, principalmente, permite que essas crianças alcancem seu potencial pleno.
A importância de proteger o futuro desde o primeiro minuto de vida
Investir em tecnologia e cuidados no início da vida é investir no futuro de milhares de crianças. A transformação da saúde digital aliadas a estratégias de neuromonitoramento cerebral, permitem esperar um futuro mais promissor para recém-nascidos em risco.
“Em algum lugar alguém está dizendo a um menino que ele não pode brincar porque ele não consegue andar, a uma menina que ela não pode aprender porque não consegue enxergar. Esse menino merece uma oportunidade de brincar. E todos nós ganhamos quando essa menina, e todas as crianças, conseguem ler, aprender e contribuir.
O caminho a percorrer é desafiador. Mas as crianças não aceitam limites desnecessários. Nós também não deveríamos aceitar”. Anthony Lake (Ex-Diretor Executivo da UNICEF)