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UTI Neonatal Neurológica Digital

Sabemos que cada bebê é único, por isso elaboramos esse conteúdo para que as famílias esclarecerem o maior número de dúvidas possível.

O que é neonatologia?

É um ramo da pediatria que assiste o feto e o recém-nascido e se dedica à pesquisa clínica. Com o avanço do conhecimento e o surgimento de novas técnicas, essa especialidade vem crescendo muito nos últimos anos, razão pela qual recém-nascidos que muitas vezes evoluíam a óbito hoje sobrevivem, porém alguns ficam com sequelas neurológicas graves.

O que é UTI neonatal neurológica?

O modelo de UTI neonatal neurológica da PBSF tem como proposta a inovação, a qualidade em assistência, a segurança diagnóstica, o respeito ao ser humano e a busca da qualidade de vida do recém-nascido de alto risco.

Com base nas metodologias dos melhores centros mundiais, com adaptação à realidade brasileira, a PBSF implanta as mais avançadas técnicas para avaliação neurológica, em tempo real, visando ao diagnóstico precoce e à neuroproteção.

Ao criar um ambiente capaz de promover um cuidado mais preciso e detalhado ao recém-nascido com alto risco de injúria cerebral, a empresa reduz, de forma significativa, o número de bebês que evoluirão com sequelas neurológicas, o que, aumenta a qualidade de vida dos pequenos pacientes.

O neonatologista que está acompanhando o bebê indicará a necessidade desse monitoramento. Vale lembrar que nem todos os recém-nascidos encaminhados para a UTI neonatal precisam de um acompanhamento neurológico mais detalhado.

Entre as causas mais comuns que demandam um acompanhamento em tempo integral, encontram-se os recém-nascidos que apresentam: 

  • Crise convulsiva suspeita ou prévia;
  • Asfixia perinatal;
  • Prematuridade extrema;
  • Pós-operatório de cirurgia cardíaca complexa;
  • Paciente com grave instabilidade hemodinâmica ou ventilatória;
  • Paciente com sepse grave associada à meningite sintomática ou a outras infecções do sistema nervoso central;
  • Paciente com malformação cerebral.

Como funciona a monitorização com aEEG e NIRS?

A partir do momento em que o recém-nascido estiver em uma UTI neonatal neurológica, ele será monitorado por diversos dispositivos, entre eles o Eletroencefalograma de Amplitude Integrada (aEEG) e a Near Infrared Spectroscopy (NIRS), em português Espectroscopia de Infravermelho Proximal.

Eletroencefalograma de Amplitude Integrada (aEEG)

É um método de monitorização cerebral contínua à beira do leito, em tempo real, e de caráter não invasivo. Para realizar esse exame, alguns fios são colocados na cabeça do recém-nascido para avaliar a função cerebral. Esse equipamento pode detectar crises convulsivas e alterações nos padrões da atividade cerebral. Geralmente, a aEEG permanece por mais de 24 horas acompanhando a atividade elétrica do cérebro do recém-nascido. Esse controle oferece diversos dados importantes para a melhor condução do caso pela equipe multidisciplinar.

Near Infrared Spectroscopy (NIRS)

Um pequeno sensor, similar a um oxímetro, é colocado na região cefálica do recém-nascido, o que fornece grandes informações para a equipe assistencial. O NIRS ajuda na hemodinâmica cerebral, por meio da avaliação do fluxo sanguíneo e da oxigenação do cérebro, e também ao produzir dados para auxiliar o neonatologista nas tomadas de decisão em relação ao prognóstico neurológico.

ASFIXIA PERINATAL

A asfixia perinatal, também conhecida como hipóxia-isquemia, é a falta de oxigênio e/ou fluxo sanguíneo que chega ao bebê pela placenta durante o parto. 

Essa condição pode afetar todos os órgãos dele: os pulmões, o fígado, o coração, os rins e, principalmente, o cérebro. Depois da reanimação na sala de parto, o bebê pode se apresentar hiperalerta, irritável, revirando os olhos, com movimentos anormais (convulsões) ou pode ter um nível de consciência reduzido. Juntos, esses sintomas são conhecidos como encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI).

Nem sempre é possível saber o que causa a EHI, mas sabemos que a falta de oxigênio pode levar a lesões nos bebês. Tais lesões podem ser leves, moderadas ou graves e, em certas situações, alguns bebês podem até não sobreviver. Muitos sobrevivem, mas podem desenvolver deficiências, que podem ser leves, moderadas ou graves, enquanto outros se recuperam totalmente.

Opções de tratamento

As opções de tratamento variam de acordo com os sintomas que o bebê apresenta. Os médicos classificam a condição em três categorias: EHI leve, moderada ou grave, porque isso determinará o tratamento que vai ser recomendado para o bebê.

A maioria dos bebês com EHI leve tem uma recuperação rápida e de forma total. Diante desse quadro, os médicos vão monitorá-lo para garantir que ele não precise de nenhum tratamento adicional depois da falta inicial de oxigênio.

Se um bebê for diagnosticado com EHI moderada a grave, provavelmente será encaminhado para uma unidade de terapia intensiva neonatal para receber cuidados intensivos, incluindo um tratamento conhecido como hipotermia leve ou resfriamento. Essa abordagem consiste em reduzir a temperatura do bebê para 33,5 °C (92 °F) em relação à temperatura normal, de 37 °C (98,6 °F). 

Até recentemente não havia nenhum tratamento específico para a EHI além do suporte de terapia intensiva. Contudo, se um bebê for encaminhado para o resfriamento, ele precisará ser tratado em um hospital que tenha uma UTI Neonatal e resfriamento adequado e equipe altamente especializada.

UTI Neonatal e tratamento intensivo

A falta de oxigênio durante o parto pode afetar todos os órgãos do bebê. Assim, vários tratamentos de suporte podem ser necessários. A pressão arterial do bebê, por exemplo, pode estar baixa e ser necessária a prescrição de medicamentos (inotrópicos) para aumentá-la. Para garantir que o bebê não esteja sofrendo, podem ser administrados analgésicos e sedativos. O monitoramento cuidadoso inclui exames de sangue regulares para assegurar que o melhor tratamento seja administrado.

As convulsões costumam ocorrer em bebês que sofreram EHI. Às vezes, ao observar o recém-nascido, a equipe médica ou de enfermagem detecta uma convulsão; outras vezes, pode ser difícil identificá-la. Os médicos, portanto, monitoram a atividade cerebral do bebê por meio do Monitor de Função Cerebral, o aEEG (Eletroencefalograma de Amplitude Integrada), que pode captar essas convulsões.

Se o pequeno paciente está tendo convulsões, ele pode ser tratado com medicamentos. As convulsões associadas à EHI geralmente desaparecem depois de três ou quatro dias; no entanto, o bebê pode permanecer com a medicação algum tempo depois.

Além do que foi exposto, se o recém-nascido precisar de ajuda extra para respirar, será usado um respirador, equipamento que fornece oxigênio e pressão aos pulmões por meio de um tubo que passa pela boca ou pelo nariz. Já os bebês que necessitam ainda de auxílio com a respiração, mas não requerem um ventilador, um tipo diferente de recurso, chamado Pressão Positiva Contínua (CPAP), pode ser utilizado.

A CPAP ajuda o recém-nascido a respirar pelo ar que flui através de dois tubos finos ou da máscara colocada nas narinas, o que aumenta ligeiramente a pressão nos pulmões e ajuda a mantê-los inflados.

Cateteres vasculares serão necessários para administrar medicamentos e soro ao paciente.

O que é tratamento com hipotermia ou resfriamento?

Se for identificado que o bebê precisa de tratamento de resfriamento, o processo será iniciado o mais rápido possível – o melhor é que comece antes de seis horas de vida. Pode-se obter a hipotermia desejada despindo o bebê e usando outras medidas simples, como bolsa de gelo, o que é conhecido como resfriamento passivo.

A temperatura e a condição do bebê serão monitoradas de perto durante todo esse tempo. Embora os hospitais possam iniciar o resfriamento de um recém-nascido, se o pequeno paciente ainda não estiver em uma UTI Neonatal, será necessário transferi-lo, pois os cuidados contínuos precisam ser fornecidos em um centro especializado.

Durante o transporte ou na chegada à UTI Neonatal, o bebê será colocado em um colchão especial de resfriamento (técnica conhecida como resfriamento ativo). Esse tratamento será adicionado ao suporte de terapia intensiva padrão de que a criança pode precisar. O colchão é preenchido com um líquido que pode ser resfriado ou aquecido, de acordo com as necessidades do bebê. A temperatura dele será monitorada de perto para garantir que permaneça em 33,5 °C (92 °F). Ela será mantida nesse nível por 72 horas (três dias) antes que ocorra o processo de reaquecimento gradual.

A equipe que cuida do recém-nascido tomará medidas para garantir que ele esteja confortável, o que pode incluir redução dos níveis de luz e som no ambiente em que ele está ou a administração de analgésicos, se for necessário.

Durante o tratamento de resfriamento, o bebê vai:

  • Ter a temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial monitoradas continuamente;
  • Receber fluidos intravenosos até que seja reaquecido;
  • Fazer exames de sangue padrão;
  • Ter sua atividade cerebral monitorada por meio do Monitor de Função Cerebral (aEEG);
  • Ter a oxigenação cerebral controlada pela NIRS (Espectroscopia de Infravermelho Proximal);
  • Receber remédios para dor, convulsões e para manter a pressão arterial equilibrada;
  • Ter amostras de sangue colhidas para outros exames laboratoriais;
  • Ter o suporte de uma máquina de respiração;
  • Fazer ressonância magnética (MRI).

Há efeitos colaterais?

A equipe médica responsável pelos cuidados do bebê internado poderá conversar com os cuidadores sobre os possíveis efeitos colaterais relacionados com o tratamento de resfriamento. Essa terapêutica pode, ocasionalmente, provocar problemas no ritmo cardíaco e alterar a quantidade de plaquetas do recém-nascido. Outro possível efeito colateral do resfriamento é a necrose gordurosa subcutânea, condição rara da pele que pode surgir durante o tratamento e pode elevar os níveis de cálcio do paciente. Se o bebê desenvolver essa condição, é provável que ele seja monitorado regularmente até que seu estado retorne à normalidade.

Os médicos e a enfermagem que cuidam do recém-nascido internado em uma UTI com EHI estão cientes dos possíveis efeitos colaterais do tratamento e vão sempre monitorá-lo de perto. Você também deve estar ciente de que a EHI é uma doença grave e muitas dessas complicações podem ocorrer mesmo sem o resfriamento.

Testes e procedimentos

Para que médicos e a enfermagem obtenham mais informações sobre a saúde do recém-nascido, ele pode ser submetido a várias investigações. Os profissionais médicos decidirão quais exames são mais úteis. 

Algumas das verificações adicionais podem incluir:

aEEG

Este é um monitor especial (aEEG) que registra a atividade cerebral. Vários fios finos (eletrodos) são colocados na região da cabeça do bebê para gravar a atividade do cérebro, o que permite que a equipe médica monitore as ondas elétricas e veja como o paciente está respondendo ao tratamento e a qualquer medicamento que tenha recebido. Esse exame pode ser feito no berço ou na incubadora.

NIRS

A Espectroscopia de Infravermelho Proximal fornece dados valiosos e em tempo real sobre a oxigenação e a perfusão sanguínea cerebral.

US de cérebro

Os médicos examinarão a estrutura do cérebro, por meio de avaliação da moleira (fontanela) do bebê, região logo acima da testa. A pesquisa dessa região pode mostrar se houve sangramento, acidente vascular cerebral ou outros problemas que estão, ocasionalmente, associados à EHI.

Ressonância magnética (RM)

Essa varredura ajuda a avaliar a extensão de qualquer dano cerebral e fornece informações sobre como o cérebro está amadurecendo. A RM produz imagens detalhadas do cérebro do bebê. 

O tempo ideal para obter essas imagens depois da EHI é de 4 a 12 dias de vida do recém-nascido (embora outros exames possam ser feitos antes desse período, dependendo da condição do bebê). O scanner geralmente fica distante da unidade neonatal, assim, provavelmente será necessário transportar o bebê até o local em que está o aparelho de RM, o que pode acontecer mesmo se ele estiver em um respirador. 

Como a ressonância magnética gera imagens digitalizadas especializadas, é necessário um especialista para ler e interpretá-las, de modo que pode levar alguns dias para se obterem os resultados. 

Cada um dos exames a que o bebê é submetido, bem como a forma como ele responde ao tratamento, é fundamental para uma análise global da saúde dele. Embora nenhuma “peça” individual conte a história completa, é reunindo todas as informações que a equipe médica e de enfermagem começará a criar uma imagem melhor do que o futuro do bebê pode trazer.

HEMORRAGIA CEREBRAL NO PREMATURO

Uma gestação a termo tem duração de 37 a 42 semanas, assim, os bebês nascidos antes de 37 semanas são considerados prematuros. 

A hemorragia peri-intraventricular (HPIV) é uma lesão neurológica que acomete particularmente os recém-nascidos prematuros, pois estes possuem uma região no cérebro – a matriz germinativa subependimária – que é um tecido imaturo do sistema nervoso central ricamente vascularizado, porém, os vasos têm paredes finas, razão pela qual estão sujeitos à lesão por alteração no fluxo sanguíneo cerebral.

Os bebês com maior risco de HPIV são os menores de 34 semanas de gestação e peso inferior a 1.500 gramas ao nascimento. A incidência de HPIV é inversamente proporcional ao peso e à idade gestacional do bebê ao nascimento, isto é, quanto menor a idade gestacional e menor o peso, maior o risco de HPIV; em 90% dos bebês ela ocorre até o terceiro dia de vida.

Diagnóstico e classificação

A HPIV é um achado de exame na ultrassonografia do cérebro dos prematuros que é realizada de rotina inicialmente logo após o terceiro dia de vida. Quando sintomáticos, os pacientes com HPIV podem apresentar piora clínica neurológica e respiratória; apneia; abaulamento da fontanela e hipoatividade. 

Fatores de risco antenatais para a condição: 

• Idade gestacional menor que 32 semanas; 

• Ausência de uso de corticosteroides antenatais; 

• Hemorragia materna na gestação; 

• Corioamnionite (infecção intrauterina); 

• Parto vaginal.

 

Fatores de risco pós-natais: 

• Peso menor que 1.500 gramas; 

• Sepse precoce; 

• Hipoxemia; 

• Síndrome do desconforto respiratório; 

• Ventilação pulmonar mecânica; 

• Asfixia perinatal; 

• Convulsões e alterações do sistema de coagulação, entre outros.

A classificação utilizada atualmente para medir a gravidade da HPIV baseia-se nas imagens de ultrassom do cérebro realizadas por radiologistas treinados – servem também imagens obtidas de tomografia computadorizada ou ressonância magnética. A intensidade da condição são as seguintes: 

• Grau I – hemorragia na matriz germinativa; 

• Grau II – hemorragia intraventricular sem dilatação dos ventrículos; 

• Grau III – hemorragia intraventricular com dilatação dos ventrículos; 

• Grau IV – hemorragia com hematoma intraparenquimatoso.

Acompanhamento e tratamento

A investigação e o acompanhamento da HPIV são realizados por meio de exame de ultrassom do cérebro, minimamente invasivo, sem uso de radiação e que pode ser repetido periodicamente para observar a progressão ou regressão da HPIV.

Nos prematuros, felizmente, as hemorragias Graus I e II são as mais comuns e, no geral, são de conduta conservadora, pois não levam a grandes complicações ou sequelas. Já as hemorragias de Graus III e IV podem causar danos crônicos no sistema nervoso central (SNC), como hidrocefalia (aumento da quantidade de liquor – líquido do sistema nervoso central) e, consequentemente, aumento do perímetro cefálico (circunferência da cabeça) do bebê; nesses casos, pode haver necessidade de intervenção neurocirúrgica.

As futuras sequelas da HPIV não podem ser afirmadas no período neonatal, pois o cérebro do bebê ainda está em formação, desse modo, ganhos e perdas de função ainda não são fixos nessa idade.

Prevenção

O uso do corticoide antenatal que ajuda a amadurecer os pulmões também tem efeito na maturidade da matriz germinativa, diminuindo a incidência da HIPV, bem como os protocolos de manipulação mínima nas primeiras 72 horas de vida.

CONVULSÕES NO RECÉM-NASCIDO

O que é?

Também chamadas de crise epiléptica, as convulsões são uma espécie de falha elétrica cerebral que, quando ocorrem, sobrecarregam uma região mais suscetível do cérebro. As convulsões no período neonatal são muito mais comuns do que se imagina.

Causas

Elas ocorrem, na maioria das vezes, como consequência de um evento agudo no cérebro gerado mais frequentemente pela falta de oxigênio ou por sangramento, mas podem ter também outras causas, como infecções, síndromes genéticas, cardiopatias congênitas, outras malformações e distúrbios do metabolismo.

Características no recém-nascido

O cérebro do recém-nascido ainda é imaturo, por isso é mais suscetível às crises convulsivas por causa da maior excitação dos neurônios e pela dificuldade em inibir esses estímulos. Essas crises são uma emergência médica, pois refletem uma condição neurológica grave que precisa ser tratada o mais rápido possível para evitar sequelas. A investigação da causa das crises deve incluir análise clínica e, quando necessário, coleta de exames.

A grande dificuldade na investigação é que 80% das crises convulsivas em recém-nascidos são subclínicas, ou seja, não apresentam sinais visíveis como tremores e hipertonias, que costumamos ver em crianças maiores e em adultos.

Como detectar

Os bebês podem não aparentar nenhuma alteração ao exame físico e à observação clínica e, mesmo assim, estar convulsionando. Por isso, casos considerados de risco para lesão cerebral aguda e, consequentemente, para convulsão devem ser monitorizados de forma contínua por videoeletroencefalograma convencional ou vídeo-aEEG (EEG de amplitude integrada) por, pelo menos, 24 horas.

Tratamento

Quando a crise convulsiva é confirmada, o tratamento medicamentoso deve ser iniciado imediatamente. Depois do início da medicação, a monitorização deve continuar para avaliar se as crises realmente cessaram, pois há casos em que acontece o fenômeno de dissociação eletroclínica, que é quando a manifestação clínica das convulsões desaparece, o bebê não tem movimentos convulsivos, porém as crises eletrográficas (detectadas no aEEG) continuam.

Mas se a crise eletrográfica não gera nenhuma alteração que pode ser vista no bebê naquele momento, ela precisa mesmo ser tratada? Sim! Mesmo que a gente não consiga ver que o recém-nascido está convulsionando, essas crises causam sequelas no neurodesenvolvimento. Hoje já são claras as evidências de que o tratamento correto dessas convulsões subclínicas gera melhor desenvolvimento neurológico.

A monitorização não é importante apenas para diagnosticar as crises convulsivas subclínicas, mas também para confirmar ou excluir a suspeita de convulsão quando o bebê apresenta sinais visíveis do quadro. Isso mesmo: mesmo quando o paciente apresenta tremores e movimentos repetitivos, na grande maioria das vezes, não são convulsões. Sendo assim, muitas suspeitas de crise medicadas somente depois da observação, na verdade, não deveriam ser abordadas dessa maneira. É importante lembrar que as medicações também possuem efeitos adversos e que, quando usadas sem necessidade, podem causar lesões neurológicas em vez de preveni-las.

MENINGITE NEONATAL

O que é? 

É a doença que se caracteriza pela ocorrência de processo infeccioso nas meninges (membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal). Costuma ser identificada entre o nascimento e o 28º dia de vida.

O que causa a meningite? 

Essa infecção é provocada por vírus ou, no período neonatal, por bactérias da corrente sanguínea. A infecção normalmente é consequência da contaminação por bactérias adquiridas no canal do parto, mais comumente estreptococos do grupo B, Escherichia coli e Listeria monocytogenes.

A meningite bacteriana é mais comum no primeiro mês de vida do que em qualquer outro período e pode resultar em poucas ou nenhuma sequela ou apresentar consequências devastadoras.

É mais comum em recém-nascidos com:

• Baixo peso ao nascimento (< 2.500 g);
• Prematuros (< 37 semanas de idade gestacional);
• Nascidos em ambiente inadequado com potencial para infecção;
• História de rotura da bolsa amniótica muito tempo antes do parto;
• História materna de infecção no momento do parto;
• Quadro de hipoxemia (falta de oxigênio) no momento do parto.

Quais são os sintomas?

O recém-nascido pode não ter sintomas ou apresentar sinais inespecíficos, como alterações de temperatura (hiper ou hipotermia), vômitos, respiração rápida e com esforço e apneia (pausa respiratória). Nem sempre, sintomas neurológicos estão presentes, mas os bebês podem apresentar irritabilidade, redução da atividade espontânea, tônus diminuído (fraqueza muscular) e até mesmo crises convulsivas.

Como é confirmado o diagnóstico?

Para confirmar a infecção, o médico precisa avaliar os resultados de exames de sangue e do liquor, que é o líquido que está em contato com as meninges e pode ser coletado por meio de punção lombar.

Tratamento

É realizado em uma unidade de terapia intensiva neonatal e consiste na administração de antibióticos. Pode durar entre 14 e 21 dias, dependendo do agente causador e do quadro clínico do recém-nascido. Como esses pacientes apresentam maior risco para desenvolver crises convulsivas, durante o quadro infeccioso, a monitoração do cérebro em tempo real com Eletroencefalograma de Amplitude Integrada (aEEG) auxilia o pediatra no controle das funções cerebrais e de possíveis convulsões, que são frequentes, e permite que, quando estas estiverem presentes, o tratamento precoce seja instituído, reduzindo, assim, a chance de sequelas neurológicas que essa complicação pode causar.

Ao término do tratamento, comumente são realizados exames de imagem do cérebro (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética) desses recém-nascidos para avaliar se há algum sinal sugestivo de complicação ou sequela.

É muito importante que você faça parte dos cuidados do bebê. Converse com a equipe que assiste o bebê sobre como ajudar. Alguns exemplos incluem:

  • Ao visitar o bebê, sente-se ao lado da cama e converse com ele, leia ou cante para ele. Os bebês gostam de ouvir a sua voz;
  • Quando o bebê está sendo resfriado, você pode segurar a mão ou o pé dele ou tocá-lo para que saiba que está lá;
  • Muitos hospitais permitem que você forneça alguns cuidados básicos, como trocar fraldas ou ajudar a amamentar o recém-nascido;
  • Se você deseja amamentar, primeiro, precisará tirar o leite. A equipe de enfermagem da unidade poderá ajudá-la com isso. O leite materno será armazenado no banco de leite, em geladeira ou freezer, até que o bebê esteja pronto para ser alimentado. É importante que você comece a extrair o leite o mais rápido possível depois do parto. Os médicos decidirão quando é seguro dar leite materno ao bebê; inicialmente, ele receberá alimento através de um tubo colocado pelo nariz ou boca que vai até o estômago. Conforme ele se desenvolve, você pode colocá-lo ao peito;
  • Faça quantas perguntas precisar. É importante compreender o tratamento e o progresso do seu bebê;
  • Certifique-se de cuidar de si mesma, compareça a exames pós-natal e fale sobre como você se sente.

As enfermeiras vão ajudar a cuidar do recém-nascido tanto quanto possível, mas estar lá é importante. Da mesma forma, os bebês doentes precisam de muita paz e sossego, e certos hospitais tentam promover alguns momentos de silêncio, quando nenhum procedimento é realizado e os pequenos pacientes não são perturbados.

Quando o seu bebê não estiver mais sendo resfriado, mas se ainda permanecer conectado a máquinas e tubos, a equipe médica e de enfermagem pode ajudar você a segurá-lo. Alguns pais gostam do Método Canguru, técnica que estimula o contato pele a pele com o bebê, com o intuito de ajudar a construir um vínculo estreito entre a mãe e ele e estimular a amamentação.

Durante esse período difícil, é importante que você se cuide. Certifique-se de que recebe os cuidados pós-natais de que necessita para ficar o mais saudável possível. Ter um bebê em tratamento intensivo ou especial pode ser estressante para as famílias. Fale sobre como você está se sentindo. Algumas pessoas têm apoio na família e podem contar o que está acontecendo com o bebê e como se sentem. Outras preferem contar apenas para um número seleto de pessoas sobre como o seu bebê está. É importante fazer o que é certo para você e a sua família.

Esta é uma das perguntas mais importantes que você fará, mas, geralmente, é uma das perguntas mais difíceis de ser respondida com certeza.

Depois de ir para casa com o seu bebê, é provável que você tenha uma consulta com o pediatra ou consultor neonatal para monitorar e discutir o progresso dele. Alguns recém-nascidos com EHI se recuperam totalmente e não apresentam dificuldades de longo prazo, enquanto outros podem desenvolver sequelas que requerem ajuda e suporte de profissionais de saúde, como fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Cada criança é única e os cuidados que recebem serão adaptados às suas necessidades. O número e a frequência das consultas dependerão das demandas do bebê.

Como a EHI é uma condição complexa, pode levar algum tempo para descobrir o futuro e as possíveis necessidades do seu filho. A equipe médica que cuida do seu bebê será capaz de reunir, gradualmente, os resultados das diferentes investigações a que o bebê foi submetido para ter melhor compreensão do que o futuro pode trazer. Isso, com informações sobre como você percebe o desenvolvimento do bebê em casa, será vital para planejar o futuro.

Uma avaliação do desenvolvimento pode ser realizada ambulatorialmente, entre 18 meses e 2 anos; às vezes, antes disso, dependendo dos protocolos da unidade na qual o seu bebê está sendo atendido. 

O profissional de saúde realizará algumas atividades com o seu filho que fornecerão informações sobre o desenvolvimento físico, motor, sensorial e cognitivo dele. Essa avaliação pode ajudar a vislumbrar uma melhor compreensão de como ele está se desenvolvendo e pode aliviar as preocupações que você possa ter.

Mais tarde, na infância, a criança pode ter problemas de aprendizagem, pensamento, fala (problemas cognitivos) e de locomoção ou movimento (às vezes, chamado de paralisia cerebral).

Cuidado paliativo e luto

Para alguns bebês gravemente afetados pela EHI, todos os tratamentos disponíveis ainda podem não ser suficientes para ajudá-los. Os médicos e a enfermagem podem falar com você sobre cuidados paliativos, que é o cuidado que pacientes recebem quando são reconhecidos como portadores de uma condição limitante de vida. Os cuidados paliativos têm como objetivo manter o bebê confortável e controlar quaisquer sintomas.

A experiência de cada um é individual e cada circunstância é diferente. Pais/cuidadores cujo filho morreu disseram que o luto é mais profundo e dura muito mais tempo do que muitos imaginam. Os pais/cuidadores podem experimentar uma mistura de reação emocional e física inesperada depois da morte de um filho.

O desenvolvimento do bebê

O tempo necessário para atingir os marcos de desenvolvimento (caminhada, primeira palavra…) em bebês e crianças pequenas varia enormemente. Crianças que sofreram complicações médicas no período neonatal podem ter um atraso no desenvolvimento, mas também podem atingir todos os seus marcos no prazo.

Se você tiver dúvidas sobre o desenvolvimento do seu bebê, discuta-as com o profissional de saúde que cuida dele. Ele pode não ter todas as respostas para você, mas ele será capaz de lhe dizer como ele está progredindo e o que você pode fazer para ajudá-lo. Se houver necessidade de suporte adicional, como fisioterapia, ele pode organizar o tratamento adequado.

A Clínica PBSF promove um follow-up especializado para crianças de baixo e alto risco, com uma equipe altamente preparada para a realização de atendimento de excelência.

Os nossos pequenos merecem o melhor!

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